domingo, 11 de setembro de 2011

2 mosqueteiros e uma mosqueteira em Paris...

Falando em máquinas, o Philip, o Artur e eu ficamos procurando os carros que nossos pais tinham. Cada um foi se lembrando dos carros dos pais do amigos. Eu só me lembrei do carro da minha mãe, e  mesmo assim errei o modelo, mas acabei achando o carro pela cara dele. O Artur se lembra de tudo!!! O que falta de cabelo sobra de memória naquela cabeça!! (careca mas continua lindo...).
O Philip foi botando carro no blog e, de repente, colocamos esta foto: mudou de carro pra Artur & Philip e um avião (eu)!! A modéstia sempre foi minha principal qualidade!! Estamos os três juntos celebrando 255 anos de amizade: 55 entre mim e o Artur, 50 entre o Artur e o Philip e 50 entre Philip e eu!! Muito legal ter amigos há tanto tempo - os irmãos que não nasceram da barriga da minha mãe, mas os quais eu amo como se tivessem nascido.

O Philip me achou aqui em Paris por conta de um cartão de Natal e foi um reencontro fantástico!! O Tico e eu conhecemos a Yvonne, a mulher do Philip, que é uma graça de pessoa.

O Artur está acima de qualquer classificação... (bom, com 1,94m de altura tá acima de quase tudo) e se mandou do Brasil pra vir ver o show do Charles Aznavour comigo aqui em Paris. Só sendo MUITO AMIGO MESMO!!!  Ele também é testemunha ocular (e auditiva) de que eu cantei no Olympia junto com o Charles Aznavour, ate ele (o Artur) me cutucar e dizer: sossega Deborah!!! Saímos de lá cantando e dançando pelas ruas de Paris, como se a cidade luz estivesse nos esperando pro nosso show!!!

Prometi apresentá-lo a todas as minhas amigas daqui, mas ainda não tivemos tempo de reunir a mulherio pro Artur escolher. Mas ainda há tempo, Artur... vc vai encontrar sua Guinevere!!
Gente, foi uma reunião, maravilhosa, agora com a chegada da Blan, que voltou da Inglaterra!!
Daqui a pouco tem mais fotos!! Vamos comer uns crepes que o Philip preparou. À bientôt!!
Phlip e Artur com um avião no meio... e nem foi em Le Bourget!

Opala do pai da Deborah. O dele era azul calcinha!!

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Wemagete do pai do Mário

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Mercedes S170, 1951, carro da mãe da Deborah

Simca Jangada do avô do Antonio Eduardo e do Loca.
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Thiumph Spitfire (eu jurava que isso era só avião) do pai do Carlinhos ´Pivetão´.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Uma tênue linha metafísica.

Quem diria?
Abaixo do pinheiro, um muro cai - uma tênue linha é descoberta
Recentemente, um apostador europeu ganhou numa loteria, pela segunda vez, algo em torno de 3 milhões de euros... Quando perguntado se ele continuaria apostando, respondeu claro! não há 2 sem 3! Quais as chances de ele ganhar?

Bom, talvez tantas quanto a de eu mudar do Brasil para a França, de uma casa onde o muro tinha desabado para meus vizinhos na Ildefonso Simões Lopes, o que me permitiu conhecer Lulu a filha do Físico Cesar Lattes, 
Cesar Lattes
e na minha nova casa a 300 km de Paris, 40 anos depois, eu verificar que o muro do fundo de nosso quintal em Mareuil-sur-Arnon também tinha praticamente todo caído. Eu fui encarregado de destruir um pedaço final faltante o que liberou a passagem a pé para o quintal de nossos vizinhos Traful Alvarez (biografia aqui  e aqui ) e familia... Traful, artista plástico, era um grande amigo meu. Adorava poesia, cachaça, caipirinha, churrasco, papo, e arte,  é claro. Conversamos algumas vezes sobre sua estada no Brasil, principalmente bons tempos que ele passou em Saquarema e um pouco da sua mulher Annie, francesa que conheceu quando estava exilado em Londres e de quem era viúvo. Eventualmente, conhecí as três enteadas dele... incluindo Lucia, com a qual fiz maior amizade. 
Yvonne e Lucia na Brocante de Mareuil-sur-Arnon
Eu sabia que o pai de Lucia era brasileiro, mas não tinha 'atentado' ao detalhe do sobrenome... 
Danon!
Logo eu que sou chegado a uma genealogia! Pesquisando outros nomes da FIOCRUZ por outros motivos, batí no nome Danon, Jacques (biografia aqui
e verifiquei que, ele também era físico! 
Jacques A. Danon
Perguntei a Lucia se ela por acaso conhecia o Cesar Lattes... bem, claro, resposta afirmativa e a  familia também! é pouca coincidência ou o que? Duas casas, dois muros, uma filha de físico Brasileiro de cada lado de cada muro, o muro que cai, e as duas meninas que já se conheciam! Ainda, --- Lattes e Danon ambos foram diretores do CBPF..

Talvez eu deva começar a apostar na loteria!.





quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Saudade dos Pets

Naqueles tempos, em casas, crianças tinham animais de estimação...Como eu tinha casa, quintal e pendor para as ciências naturais, e pais que não se importavam com uma fauna a mais em casa, e ainda um caseiro mineiro (Renato), tive hamsters, (devorados pelas ratazanas da favela da catacumba), galinhas de angola, (fim gastronômico) coelhos (fim triste...), galos de briga - panela tambem.... e até um porco engordado no quintal - que virou de tudo inclusive saborosas linguiças, realmente caseiras!
Um belo exemplar para ACFantinato...
Mas a região era generosa... Antonio Carlos F. tinha passarinhos... Ele era um bom observador... Creio que tinha canários, mas os pintasilgos dele cantavam muito, e ainda bico-de-lacre e canários-da-terra! Hoje, o Ibama não deixaria. Tinha ainda galos e galinhas. O galo de briga dele (vermelhão, típico Indiano parecido com o da imagem acima) apesar de corajoso contra humanos, era um desastre quando confrontado com um espécime da mesma espécie...Mesmo assim, após a escola fazíamos treinos e preparações incluindo  'massagem' nas coxas dos galos, devidamente depenadas para ficarem mais 'resistentes'.

Dona Belica, nossa fiel fornecedora de bombas, bombinhas, buscapés e cabeças de nêgo entre outros matériais explosivos diversos, tinha um papagaio bastante animado na porta do barraco... Na chuva, ele cantava.

Assis, o caseiro dos Monteiro (na Sacopan) tomava conta de dois Dobermans... De noite, passeava com as feras, e colocava eles pra brigar com outros... De nada adiantaram contra os ladrões que um dia pularam o muro, mataram os cachorros e roubaram a casa...
Xuxú, minha atual tricolor, provavelmente Wilhelmina, reincarnada
Gatos... muitos, por todo lado... a única que ficou na minha memória era Wilhelmina - nome nórdico complicado, que meu pai arrumou pra uma viralata tricolor que adotamos da rua... Nunca se domesticou. Gostava de sorvete Kibon sabor creme, e ratazanas inteiras e frescas, menos o fígado e a cabeça, que ela deixava de lado... éca, isso mesmo... trazia aquelas ratazanas cinzas pra dentro de casa, e comia debaixo da mesa da televisão...a gente podia escutar ela mastigando a bicha toda, e podia estar certo que no final, sobrava apenas a cabeça e o fígado...

Antonio Eduardo e Loca, tinham alguns cães... Tiberius e Calígula, dois pastores alemães faziam bastante presença... Nunca confiei muito mesmo atrás das grades de ferro da casa! Os dálmatas eram mais alegres...e pareciam menos perigosos. De cães grandes ainda tinha um belo dogue alemão 'arlequim' no final da Almeida Godinho.

Lia, (Epitácio Pessoa, Curva do Calombo) tinha um pastor alemão extremamente bem disciplinado - Flama - excelente pedigree, disposição para aventuras e além do mais tomava bem conta da dona!
Phil & Flama - Arpoador
Na Carvalho de Azevedo tinha o Pulguinha  - um pastor belga todo preto, mas um perfeito idiota, talvez meio bobo, pois era novinho....

E tinha um maluco, (mesmo) que passeava com um grande lagarto Teiú amarrado na ponta de um arame... Aparentemente semi-domesticado... Mas, creio mesmo que ele estava apenas engordando o bicho para depois comê-lo.

Claro, tinham muitos mais pets...! Mas já é uma pequena coleção não é?

domingo, 28 de agosto de 2011

Carros dos Meninos...

O 'Limão' Michael, Philip, Douglas, Oliver e Victor em Santos
 Sempre fui fascinado por carros, veículos, motores e semelhantes... Fonte da Saudade me traz a lembranças das 'Lotações', entrando a toda velocidade depois da 'Embaixada da África'  na entrada da Fonte da Saudade, seguindo e fazendo uma curva quase em 2 rodas na esquina da Alte. Guilhobel, para parar na esquina da Sacopã... (Naquela época ainda não tinhamos 'instalado' o 'ponto de ônibus' em frente à padaria do Seu Antonio...

Houve outros veículos... Pra começar, o Buickão do meu pai, um Buick Special  importado, ano de 1956, diretamente de San Mateo, Califorinia onde morávamos antes de chegar ao Rio em 58/59. O carro tinha um motor V-6 com 210 HP... Possuía uma mecânica peculiar, e um pintura que acompanhava seu humor, que lhe valeu o apelido de 'limão' (do tipo siciliano, aquele  amarelinho). Meu pai, tinha para ele (e nós 5...) diversos  'Projetos' para os  fins de semana. Coisas banais como construir altos muros de arrimo, instalações avícolas com diversos andares, além de reformar toda as instalações elétricas de Sacopã 68 para os padrões aceitos pela Associação Norte-Americana de Engenharia Elétrica. Mas o preferido e mais constante pode-se dizer que era consertar / dar manutenção ao 'Limão'....
Um Buick  Special
Eventualmente, ficou dificil de trazer peças de reposição para o 'Limão'.  Nihil obstat'  o Sr. Scott, encontrou alguém que tinha um Buick Special preto e branco abandonado nos fundos de um quintal na rua Schmit de Vasconcelos no Cosme Velho - Nova distração - passar os fins de semana lá, 'canibalizando' aos poucos o Buick 'Number 2', ou seja, desmontando-o parafuso por parafuso e guardando as peças todas para 'eventualmente' usar em transplantes necessários para o Limão. Fora o eixo hidramático, creio, isso nunca aconteceu...

Sim, o Aero-Willys do Cesar Lattes, era notável. Mas hoje, (Agosto 2011) visitei uma exposição de carros antigos, na Mansão Charly, na França onde ví algo 'mais' - uma Alfa Romeo, conversível, como a que o Carlinhos andava.... Como era possível? Até hoje, aqui na França este carro custa uma nota ! Enfim, cadê ele?


Um pouco depois daquela época, o Brasil começou a fabricar o Ford Galaxie... hoje ví o modelo original norte-americano, um Galaxie 500. Bonito... Mas sempre gostei do Landau fabicado pela Ford no Brasil. Os Machnich tinham um Galaxie, e em algumas ocasiões, o Buick e Galaxy percorriam a ladeira do Sacopã em velocidades acima do recomendado, especialmente em dias de chuva em ruas calçadas por paralelepípedos!
Os Fantinato tinham voltado de alguns anos na Italia, ou de Portugal, não me lembro bem. Mas, seu Antonio tinha bastante cuidado com a Mercedes, estacionada na rua... Belo carro...! Algo parecido com o modelo abaixo


Outro veículo presente na expo do Chateau Charly, foi um  Citroën  'negro'' tal qual a do famoso 'Crime do Sacopã' !  Por anos, depois do ocorrido, alguns motoristas de taxi ainda se recusavam a subir a ladeira por achar ela mal assombrada ou agourenta, ou perigoso por conta do tal crime mal explicado com o Citroën negro, onde se encontrou o corpo de 'Afranio Arsenio de Lemos' aparentemente assasinado pelo tal 'Tenente Bandeira".

Renault Dauphine e Gordinis, o Rio tinha muitos, mas a indústria automobilistica francesa, nunca se firmou muito no Brasil....

Talvez os SIMCA's  tenham sido os mais populares, provavelmente mais por causa do seriado 'Vigilante Rodoviário' e o Capitão Carlos e seu Simca ('Chambord'?).
Essa coisa de carro antigo dá pano pra manga... Tinha ainda a camionete das 'Casas Oliveira' no Jardim Botânico que faziam entregas em domicílio. Talvez um fosse utilitário da Chevrolet (importado). Taxis diversos, creio a maioria Chevrolets eram final de anos 40 e ficavam num ponto quase no Humaitá... 'Mosquito' ainda morando no Quilombo Sacopã, poderia falar mais sobre isso... é um sobrevivente daquela época e tinha seu próprio taxi! Luis Sacopã, tinha uma ambulância. Mas não me lembro o modelo... Ficava parado na curva próximo ao número 68, onde hoje é a entrada do Quilombo Sacopã. Bom, se tiverem algum comentário ou fotos, enviem!
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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Menino do Rio

Rio de Janeiro, Catacumba e Marcus Fleury - 1959 !

Antes de Cateano e Petit,
Havia Marcus Fleury !

Aí está ele, o menino Marcus, numa foto 10x melhor do que a que eu achei na internet para ilustrar o post 'A Invasão dos Ratos! sobre a Favela da Catacumba - Se Marcus não morava na Fonte da Saudade, não morava muito longe...! Quem sabe, em outra rua, com outra guerra, mais meninos, mais fruteiras e aventuras diversas... Uma outra tribo?  O 'Outro Lado da Lagoa' era longe sim, e tinha no Jardim de Allah, as charretes puxadas a cabritos e bodes...

A bela foto enviada pelo amigo Marcus parece ter sido tirada no final da tarde em algum cais de pescadores próximo à extinta Favela do Pinto! A Fonte da Saudade e a Lagoa, era um plano contínuo... Nosso horizonte uma vez por ano crescia e se iluminava à noite com a Feira da Providência... Suas margens não tinham os manguezais de hoje plantados pelo Mario Moscatelli, mas tinha uma grande figueira na altura da Curva do Calombo... mais precisamente dentro do Clube Botafogo de Remo. Nesta, tinha uma casa na árvore... Outro ponto notável, criado por --- Americanos ! 

Sim, a casa na árvore deve ter sido construída com grande ajuda do pai da menina Lia e do Rick Lewis...(por sinal, um modelo para mim - cientista, pesquisador, aventureiro, geólogo, orquidófilo, estudioso (e aparentemente), excentrico...) Baster e Guto também participaram ? Ou ficaram só de hóspedes ???  


domingo, 9 de janeiro de 2011

Vizinho eu é vizinho se avizinha na vizinhança...


Estou eu em Paris, curtindo o Natal com neve e tudo e, ao mandar meu cartão de Natal atrasado, pois a foto de que gostei só foi tirada no dia 26 de dezembro, eis que recebo de volta um e-mail: Tá na vizinhança????

Foi uma alegria imensa rever o Philip depois de mais de 40 anos!!!! Ele também estava aqui em Paris, onde mora com a Yvonne, que é um amor de pessoa, e ambos vieram aqui uma noite pra nós dois nos lembrarmos das guerras da ISL e contarmos pro Tico e pra Yvonne com que tipo de meliantes eles se casaram!!!

Foi um reencontro de deixar a turma toda da Fonte da Saudade com inveja!! Qual de vocês encontrou o Philip, ou qualquer outro dos americanos, sem fazer guerra, tomou champagne, riu muito e relembrou os velhos tempos???

Tá a nossa foto aí pra provar! Vizinho que é vizinho, se avizinha em qualquer lugar, seja na Fonte da Saudade, (ah, que saudade) seja em Paris!!
Achei ótimo e chiquérrimo ter um vizinho em Paris!!!!

Very cool indeed, n’ est pas?

Deborah

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A invasão dos ratos !

(foto acima do blog http://valacomum.wordpress.com/)
           Foi em 1970... o ano da Copa! me lembro bem disso e da festa toda... Mas me lembro bem de que em 69, ou 70, 'acabaram' com a favela da Catacumba. Milhares de barracos, famílias, lixo, e ratos... Quando tiraram o povo, deixaram os barracos... creio que pra facilitar o trabalho de remoção, tacaram fogo.... Resultado, até então os ratos estavam sobrevivendo no que tinha sobrado... O fogo os tocou pra longe... Longe como a Fonte da Saudade...Longe como a Sacopã... Vieram pela mata, aos milhares, com fome, procurando abrigo, mas principalmente comida...E minha criação de galinhas? Bom, posso te contar, que matei um bocado de ratazanas com a espingarda calibre 22 que tinhamos em casa... No cair da noite, eu ficava sobre os pilotis da casa, por cima da área onde ficava 'o galinheiro'... Eu atirava (modéstia à parte) bem, e um tiro por ratazana bastava... Chumbinho, não resolvia...
             Pra mim foi uma 'educação'. Não se brinca com ratazana com fome! Elas atacaram, e quase acabaram com todos os pintos, franguinhos e peruzinhos da minha criação. Mataram também seus primos, uns hamsters que eu tinha em outro viveiro...Acho que por pouco não comeram os gatos da rua! Não apenas matavam os pintos, mas comiam apenas os papos com ração !, acho que não estavam precisando tanto da proteína quanto da energia... Não consegui acabar com as invasoras...o que restou foi uma repulsa séria a este tipo de roedor...Muitas casas da Fonte da Saudade e Epitácio Pessoa tiveram problemas com os cães atacando as invasoras.
(do site - http://www.acores.net)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Morcegos, Mercúrio e Plantas Carnívoras

Morcegos é o que não nos faltavam no quintal da Sacopã 68. Além das bananeiras, encostadas no muro ao final da Ildefonso Simões Lopes, tinhamos um pé de sapotí... Assim, na épcoa em que o muro, não mais estava de pé, no bom ano de 1967, em troca de 'da iniciação científica' que recebí na residência Lattes, com Lulú fazendo ensaios demonstrando o comportamento bizarro do elemento Mercúrio (devidamente extraído de termometros velhos provavelmente trazido por Cesar), mostrei a Lulú nossa 'criação' de morcegos... No cair da noite, eles vinham visitar as bananeiras e dar vôos rasantes no pé de sapotí, beliscando e basicamente derrubando os sapotís maduros... Nunca tive coragem de comer sapotís por conta de achar que estariam todos de alguma forma 'contaminados'. No chão de taco da casa dos Lattes, catávamos ou espalhavamos as bolinhas de mercúrio... Muito divertido.

Na área de Biologia, Lulú proporcionou meu primeiro encontro botânico com a família Droseraceae me apresentando o pet da casa Dionaea muscipula.  Apenas anos mais tarde, já estudando Botânica encontrei outras droseras na Serra do Cipó em Minas Gerais...Mas, não eram tão ágeis quanto a pet dos Lattes, que gostavam de receber nossas ofertas de moscas e insetos diversos oferecidos como alimento básico...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Só quero chocolate...

Tim Maia, veio pra Sacopã, meados dos anos 70... Na realidade ele tinha um estudio de gravação musical na Rua Vitória Regia, (futuro nome de sua gravadora) que é a continuação da rua Sacopã até o final, que aliás tem uma vista espetacular para Copacabana... Me lembro bem dele, e seus amigos, músicos ou não sempre alegres e geralmente 'chapados', subindo a rua no bugre aberto... Quando estávamos subindo a rua a pé na volta do colégio ou de alguma perambulação pela Fonte da Saudade e pedíamos carona, algumas vezes ele nos deixava sentar na traseira do buggy até onde precisávamos saltar... Pra mim, em frente ao 68 por favor! Ele tinha um ou dois pastores alemães no estúdio seriamente bravos...



 

domingo, 2 de janeiro de 2011

Limão Siciliano


Era muito cavalo, pra um carro só.... 215!
 

Mesmo para um V6. O ano de fabricação era de 1956, um ano mais novo que eu. Um legítimo 'rabo de peixe' presente no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, onde só bebia (e como) gasolina azul da boa... Aprendemos a dirigir esta 'jamanta', que era um automático, sem pedal para embreagem e direção hidramática. Que moleza! Fácil!, Mas de fato, o Buickão tinha  uma carcaça assaz pesada...

Os bancos reclinavam ao aperto de botões e se ajustavam com pequenos motores. O rádio era uma potência... O estofamento interior, vermelho e preto. O carro parecia enorme, mas na realidade nós é que éramos pequenos! A fábrica nos EUA vendeu bem este modelo. Seu motor era especial.... (edição Special). Uma vez me lembro de estar sentado ao lado de meu pai, na rua São Clemente, não muito longe da antiga embaixada de Portugal... (Largo dos Leões).  Um pequeno 'Puma' encostou no sinal, e acelerava, provocando o Buick para um duelo à la James Dean. Irritado, creio, meu pai 'aceitou' a briga, e os dois sairam desembestados em direção a Humaitá por alguns segundos/minutos... Resultado: 1 x 1 ... O Puma, com sua carroceria leve e moderna, com marchas que trocavam rapidamente ao comando do motorista, logo tomou a dianteira... Mas, em seguida, os 215 cavalos logo mostraram à potência passando à frente, e tudo poderia ter acabado numa boa pizza no Rei dos Lanches da Humaitá....!

Na foto, Oliver com um contemporâneo do 'Limão' apelido carinhoso que meu pai dava ao Buick pelo 'prazer' que este o proporcionava pelos consertos frequentes que este exigia nos fins de semana e pela cor de limão siciliano que ele tinha...

sábado, 1 de janeiro de 2011

Crazy Horse na Fonte...

Uma  das vantagens do fenômeno da Globalização, os Meninos da Fonte da Saudade tinham aprendido há anos atrás...

Naqueles tempos remotos, Foi nosso colega Claude F. (orígem: Sacopã...) que,  vindo uma vez de Paris, e, descobrindo como a Fonte da Saudade poderia oferecer prazeres mais interessantes e intensos do que o Boulevard Pigalle em Paris, resolveu nos dar uma mãozinha. Claude ia lá (Paris) com frequencia anual e uma vez trouxe sua própria boneca inflável  provavelmente adquirida na loja de 'souvenirs'  do Crazy Horse Saloon...



Bom, a idéia, em geral, segundo me lembro, era de 'educar' os motoristas cariocas que tinham o costume de entrar com grande velocidade vindos da Epitácio Pessoa na Fonte da Saudade, onde muitos de nós brincávamos, e andavamos de bicicleta. Poderiam até atropelar um pedestre !

Assim, apareceu a 'boneca' ....

Confesso que tive a oportunidade de vistoriar os detalhes ginecológicos dela, se é que mesmo os tinha... Mas, ela certamente poderia cumprir esta missão educativa sem problemas...! No cair da noite, a turma instalou a colaboradora francesa, deitada, logo após a curva de entrada na Fonte da Saudade, um pouco antes do prédio do Toninho... Logo apareceu um lençol pra cobrir a pobre moça 'atropelada', e Deborah C. se prontificou a 'doar o 'sangue' necessário (na forma de catchup, é claro), para manchar o lençol da vítima... Velas foram colocadas ao longo do pseudo-cadáver, e a confusão se instalava... Como em Roma (de novo...estes Romanos...) o povo queria ver o sangue, mas não participar muito perto dele... apenas vê-lo escorrer... (Aliás, alguém segue o seriado Dexter?)

Estávamos ficando bons em dirigir o trânsito, reconfortando alguns motoristas mais preocupados que nos pediam informações e ofereceiam a prestar ajuda, que de fato ajuda estava sendo providenciada, e que já vinha uma ambulância..., não adiantava parar...., pois a pessoa estava morta mesmo, e outras baboseiras do gênero, proferidas com seriedade e profissionalismo.... De repente, PQP apareceu uma 'joaninha' ...!!!

Não deu tempo para todos fugirem da 'responsabilidade', os PM's vendo aquele bando de crianças, e provavelmente mais preocupados com outros tipos de meliantes, e sem espaço suficiente no fusca da PM pra levar a turma toda, nos deram uma bronca e disseram pra gente parar com esta coisa, pois em breve viria um camburão e nos levaria, sim, todos pra delegacia....

Hahaha! Claro que faríamos isso ! Obrigado pela Comprensão !

Ficamos mais alegres e entusiasmados, até por achar que tinhamos conseguido algum tipo de pacto com 'as autoridade'....! Pois, que merda... não é que apareceu o tal camburão? Aí sim o pânico se instalou, e foi um corre-corre geral.... Nos escondíamos atrás de muros, dentro de jardins, subíamos as ruas paralelas, dentro de casa de amigos... qq lugar era válido.... Mas, Claude, asmático, não conseguiu correr.. ou não quiz abandonar a menina, e Quinho (Joaquim), o seu personal 'Pelé'  foram os únicos dois, que eu saiba, que tiveram a oportunidade de conhecer o 'conforto' do interior de uma Veraneio da PM (vide imagem puramente ilustrativa abaixo...). Foram levados no 'veículo oficial'  para a Bambina ....(décima quarta???). Enfim, deve ter sido triste Lucien buscar o filho e sua 'namorada parisiense'  além  do fiel Pelé, na delegacia de madrugada....!

Ave Cesar !


Mal sabia eu, que um dia os detalhes de minha vida científica estariam abrigados sob uma homenagem a este físico. Dentro do Currículo Lattes...!

Conhecí pouco este importante pesquisador brasileiro. 


A primeira informação que tive sobre ele veio de minha mãe, que descontente com o desfecho de uma 'reunião' que tivemos numa delegacia local, como desfecho final da nossa 'Guerra', o chamou de 'Grego comedor de alho !'. E eu nem sabia que gregos além do famoso Arroz à la Grega (outro mito que descobrí mais tarde) gostavam de comer alho crú!
Que horror !

Ele, achou hilário! Mas minha mãe não, pois como se recusava a baixar o nível e usar palavrões, isso foi o pior xingamento que ela conseguiu elaborar pra expressar sua raiva na delegacia...

E assim, Cesar Lattes deu como presente de bom vizinho fazendo as pazes, provavelmente com algum pequeno sarcasmo embutido, para o pai dos Americanos, um livro de Platão, autografado... (Onde está????!!!???). 


Mas também, sacanagem né ?, o Aero Willys de Cesar foi uma das vítimas frequentes naqueles tempos... Quem manda? Os Meninos da Fonte da Saudade e na Ildefonso Simões Lopes usavam o Aero como proteção contra o bombardeio aéreo vindo da plataforma aérea erigida no alto de uma das mangueiras no quintal dos americanos, para se aproximar da linha de frente da batalha... Com ou sem os escudos de tampas de lata de lixo, o Aero Willys era um ponto estratégico de apoio... Acho que nada quebramos, mas Cesar Lattes, mas não morde... e a reunião na delegacia foi apenas uma solução civilizada, como na Grécia antiga...


As Peladas da Ildefonso...


As chuvas torrenciais e contínuas do verão de 1966-1967, duraram todo o mês de janeiro e fevereiro... Foi muita água... muito tempo... sem parar (já era o aquecimento global ???). Foi por causa desta meteorologia isso, que conhecemos outros Meninos da Fonte da Saudade, i.e foi à partir da ruptura de fronteiras geográficas entre a rua Sacopã e o final da rua Ildefonso Simões Lopes - ambas desembocando na Fonte da Saudade. A água de chuva não escorria mais adequadamente, os solos encharcados e tudo se avolumou atrás do muro do fundo do quintal dos 'Americanos' ao ponto que o muro de separação simplesmente caiu permitindo a água e os meninos escoar livremente no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas...

Foi assim, que nós conhecemos as Peladas da Ildefonso Simões Lopes... Não eram graciosas, mas eram organizadas, sempre presentes em terreno baldio tido como 'propriedade' coletiva dos meninos...

Aos 10-11 anos, (apesar de no Brasil já há 7 anos) meu conhecimento de peladas era escasso. Peladas de rua, mesmo, apenas contra outros americanos... como éramos 5, eram geralmente 2 contra 2...Néti (Oliver) era muito pequeno... E como bons meio-americanos, herdamos boas 'pernas de pau', o que não ajudou muito nossa integração no BR...

Mario X, preparando uma 'bomba'
Tanto faz... sendo ou não 'Perna de Pau' sempre abriam-se oportunidades no terreno baldio da ISL... Por vezes, me pergunto se seria assim também as peladas em outros terrenos baldios em outras ruas do Rio...

Teriam elas também um 'Imperador Romano' vigilante, na porta de entrada, ditando quem podia, ou não entrar no terreno baldio? Estaria ele munido de espada ameaçadora? Capacete? Seria a ele de escolher o(s) goleiros do dia? Não sei não... Mas como em Roma, faça como os romanos... Assim, investindo nessa diplomacia, acredito que consegui tocar a bola uma ou outra vez com minhas canelas de perna de pau e pude admirar de perto as 'bombas' do Mario Sergio, no infeliz do goleiro escolhido do dia...